Durante a Convenção Secovi, no dia 1º de setembro, especialistas analisam os ciclos de crescimento e retração do setor e as influências sofridas com o humor da macroeconomia.

Análises do departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP mostram a interrelação existente entre o mercado imobiliário, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e as oscilações da macroeconomia. “O mercado imobiliário nacional atravessa ciclos de crescimento e retração, que estão completamente ‘colados’ ao comportamento da economia, das mudanças sociodemográficas, da confiança e do poder de compra dos cidadãos”, explica Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP e coordenador do painel “Trajetória do Mercado Imobiliário e Cenários Futuros”, que acontece a partir das 16h30 do dia 1º de setembro, durante a Convenção Secovi.

Tomando como exemplo o mercado imobiliário da cidade de São Paulo, os períodos de ajustes nos lançamentos e nas vendas de novas unidades residenciais deram-se nos anos de 2008 e 2009, com a crise financeira internacional iniciada nos Estados Unidos, a partir da quebra do banco Lehman Brothers. “O setor experimentou um forte crescimento iniciado em 2007 e que se estendeu até 2010, mesmo com as influências negativas mundiais. Como o governo federal foi rápido na adoção de medidas anticíclicas, em 2009, e lançou o programa Minha Casa, Minha Vida, o crescimento manteve-se positivo”, lembra Petrucci.

Em 2011, na capital paulistana foi registrada a primeira queda considerável no volume das vendas de unidades novas para, no ano seguinte, voltar a equilibrar oferta e demanda e, assim, apresentar resultados positivos. Porém, o comportamento do setor em 2014 foi preocupante, pois a retração aconteceu tanto nos lançamentos quanto nas vendas, por vários motivos, com destaque para a realização da Copa do Mundo no Brasil, que tirou a população dos estandes de vendas, e o início da crise político-institucional durante o processo eleitoral e que se mantém ainda este ano.

“Como se não bastassem os problemas econômicos, resultantes dos desajustes das contas do governo provenientes do mau uso dos recursos públicos e do inchaço da máquina do Estado, a cidade de São Paulo teve o Plano Diretor totalmente mudado no ano passado, com inúmeras restrições ao setor. Agora, com a nova Lei de Zoneamento, que está em fase de aprovação na Câmara, as condições de atuação dos empreendedores ficarão ainda mais difíceis”, ressalta Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP e um dos palestrantes deste painel da Convenção.

Além dos representantes do Sindicato, o tema será debatido pelo presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Octavio de Lazari Júnior, e pelo vereador pelo PTB, Paulo Frange, que também é relator da Lei de Zoneamento.