A Caixa Econômica Federal fará nova restrição à compra de imóveis. Quem já possuir financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que utiliza recursos da caderneta de poupança, não poderá pegar novo crédito para o mesmo fim. A nova regra começa a valer em 17 de agosto e vale para aquisição de imóveis novos e usados. A exceção será para clientes do banco que quiserem empréstimo para a compra de lotes para construção de moradia ou de uso comercial.

Em nota, a Caixa afirmou essas operações representam 2,4% dos financiamentos concedidos pela instituição e reiterou o foco, em 2015, em financiamentos de imóveis novos, com destaque para a habitação popular, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida ou com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nesses casos, não houve alteração.

O banco mudou a forma de liberação de financiamento imobiliário com recursos do SBPE porque enfrenta dificuldades com a fonte de recursos dessa operações, que vem das cadernetas de poupança. Somente no primeiro semestre deste ano, os saques ultrapassaram os depósitos em R$ 38,5 bilhões na aplicação. Um dos motivos dessa movimentação é o aumento da taxa básica de juros Selic, que tem provocado migração de recursos da poupança para alternativas mais rentáveis, como títulos públicos.

 Neste ano, a Caixa já elevou duas vezes o preço cobrado dos empréstimos pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação), além de reduzir, de 90% para 80%, a cota máxima de financiamento do imóvel no SAC (Sistema de Amortização Constante) e 50% pela tabela Price.

Enquanto a Caixa desacelera no crédito imobiliário, o Banco do Brasil anunciou há duas semanas uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para o segmento imobiliário, oferecendo financiar até 90% de imóveis avaliados em até R$ 400 mil. Para tentar reaquecer o setor e evitar mais demissões, o governo anunciou este ano um pacote que inclui mais de R$ 5 bilhões do FGTS e a liberação de R$ 22 bilhões de compulsórios para o crédito imobiliário.

Em queda – O volume de empréstimos para compra e construção de imóveis no Brasil caiu 15,8% de janeiro a junho, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip). No primeiro semestre, foram destinados R$ 44,8 bilhões para esse fim. Em 12 meses, até junho, o volume de empréstimos com recursos das cadernetas de poupança alcançou R$ 104,4 bilhões, queda de 7,4%, na comparação com o período anterior.